O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou à CNN que abriu o lançamento de sua passaporte para poder participar da cerimônia de posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para 20 de janeiro, em Washington.
“Não cometi nenhum crime. Estou aguardando o passaporte para representar o Brasil fora daqui [EUA], uma vez que o atual presidente do Brasil representa nações como Venezuela e Nicarágua, que não são democráticas”, afirmou Bolsonaro.
Eduardo Bolsonaro (PL), deputado federal e filho do ex-presidente, também falou à CNN sobre o convite feito a seu pai. Segundo ele, a convocação para Bolsonaro participar da posse é um gesto de mensagem política ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O convite de Trump ao meu pai é um recado direto a Lula, mostrando que o próximo governo americano não seguirá uma linha pragmática. Trump fez isso porque ele perseguiu perseguições, assim como Bolsonaro enfrentou aqui no Brasil”, afirmou Eduardo.
Conforme o deputado, o pedido para a presença de Bolsonaro na cerimônia feita diretamente por Donald Trump, confirmado por um e-mail enviado pela equipe de organização da posse. “Recebi o convite durante a madrugada, informando que Trump pediu que Bolsonaro estivesse lá no dia 20”, disse.
Aliados de Bolsonaro, no entanto, alertam para possíveis desdobramentos caso o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negue a liberação do passaporte. Eles acreditam que a relação entre a Suprema Corte brasileira, o governo Lula e a gestão de Trump pode ser prejudicada.
Além disso, interlocutores próximos ao ex-presidente relembraram episódios como a inclusão de Elon Musk no inquérito das milícias digitais e o comentário da primeira-dama, Janja da Silva, envolvendo Musk, como situações que já causaram desconforto com Trump no passado.
Na última semana, o ministro Alexandre de Moraes solicitou que a defesa de Bolsonaro apresentasse um documento oficial que comprovasse o convite para a posse antes de decidir sobre o pedido de devolução do passaporte. A defesa já respondeu ao STF e aguarda a deliberação do magistrado.