Em manifestação, ex-presidente critica STF e defende anistia a presos de 8 de janeiro
Em um discurso inflamado durante a manifestação “Anistia Já”, realizada neste domingo (16) na Praia de Copacabana, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enviou um recado direto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele afirmou que continuará sendo um “problema” para a Corte, mesmo que seja “preso ou morto”. O evento, que reuniu milhares de pessoas, também foi marcado por divergências nas estimativas de público, com números que variaram de 18 mil a 400 mil presentes.
Bolsonaro e o embate com o STF
Bolsonaro não poupou críticas ao STF durante seu discurso. Ele questionou a severidade das penas impostas aos manifestantes detidos após os atos de 8 de janeiro de 2023, sugerindo que as condenações seriam uma forma de justificar uma futura punição contra ele. “Se é 17 anos para as pessoas humildes, é para justificar 28 anos para mim”, declarou. O ex-presidente também reforçou que não deixará o Brasil, mantendo-se como uma voz de oposição ao governo e ao Judiciário.
A chama da resistência
Em tom desafiador, Bolsonaro afirmou que, mesmo preso ou morto, continuará sendo um “problema” para o STF. “Eu deixo acesa a chama da esperança, da libertação do nosso povo”, disse. A fala ecoou entre os apoiadores presentes, que lotaram a Praia de Copacabana em defesa da anistia aos presos políticos. O ex-presidente ainda lembrou que estava nos Estados Unidos no dia 8 de janeiro, sugerindo que, se estivesse no Brasil, poderia ter sido preso ou até morto.
Divergências nas estimativas de público
A manifestação em Copacabana gerou polêmica também em relação ao número de participantes. Enquanto uma pesquisa da USP, realizada pelo Monitor do Debate Público do Meio Digital, estimou 18,3 mil pessoas, a Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) divulgou um número muito maior: 400 mil. A contagem da USP utilizou imagens aéreas e um software de inteligência artificial, com precisão de 72,9%. Já a PMRJ não detalhou a metodologia usada para chegar ao seu número.
A precisão das contagens
O levantamento da USP, conduzido pelo Cebrap, analisou 66 fotos aéreas capturadas em quatro horários distintos. O software identificou e marcou automaticamente as cabeças das pessoas presentes, com um erro médio de 12%. A análise final se baseou em seis imagens registradas às 12h, horário de pico do evento. Apesar da tecnologia avançada, a discrepância com a estimativa da PMRJ levantou dúvidas sobre a confiabilidade dos métodos de contagem.
Conclusão
A manifestação “Anistia Já” mostrou que Bolsonaro continua sendo uma figura central no debate político brasileiro. Seu discurso desafiador ao STF e a defesa da anistia aos presos de 8 de janeiro reacenderam a polarização no país. Enquanto isso, a divergência nas estimativas de público revela a complexidade de medir o impacto real de eventos como esse.
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