Padre é alvo de nova polêmica em evento religioso após impedir banda católica de se apresentar na Bahia
Após polêmica em shopping que culminou na demissão de um gerente, Padre volta aos holofotes — agora acusado de impedir o show de outra banda religiosa durante o São João em Nordestina

O Padre Fábio de Melo, 54 anos, voltou a ser alvo de críticas nas redes sociais e na imprensa após nova polêmica. Dessa vez, durante uma tradicional festa junina em Nordestina, na Bahia, o religioso e cantor foi acusado de ter impedido a banda Ministério Sinal da Cruz de se apresentar no mesmo palco que ele, gerando desconforto e indignação.
“Quem é mais importante aqui?”
A acusação veio do produtor da banda, Anderson Annds, que publicou vídeo nas redes sociais explicando o que chamou de uma grande frustração. Segundo ele, ao chegarem para montar os equipamentos e se prepararem para a missa e show previstos no evento, a equipe do padre barrou a montagem, alegando prioridade total ao artista principal.
“Um deles foi arrogante e disse: ‘Quem é mais importante aqui hoje? Não é o Fábio de Melo?’ Isso foi uma desvalorização enorme ao nosso ministério e ao trabalho que viemos apresentar com fé e esforço”, declarou Annds.
A banda ainda tentou propor uma divisão de palco e adaptação de horários para manter a harmonia do evento, mas a equipe de Fábio de Melo teria se mantido irredutível. A missa, que também seria no palco, foi levada para um espaço improvisado sob toldos. Lá, o grupo cantou em forma de louvor, com os recursos disponíveis.
Não é a primeira vez: confusão anterior terminou em demissão
Esse episódio não é isolado. No final de maio, o padre esteve envolvido em uma outra polêmica em Joinville (SC), quando reclamou nas redes sociais de um valor cobrado por um doce em uma cafeteria. A queixa pública teve efeito destrutivo: o gerente foi demitido no dia seguinte. A atitude gerou forte comoção nas redes sociais, inclusive com pessoas afirmando que ele estava “abusando de seu poder midiático”.
Dias depois, Fábio publicou um pedido de desculpas, dizendo que não esperava a demissão e que estava “cansado de ser julgado”. Mas o estrago já havia sido feito. O funcionário relatou depressão, revolta e exposição injusta. A cafeteria também sofreu boicotes e críticas.
Celebridade ou sacerdote?
Os dois casos acendem o alerta sobre até que ponto o poder de uma figura pública religiosa pode interferir em estruturas de trabalho, eventos e vidas comuns. O sacerdote, que também é cantor, influencer e personalidade de TV, parece cada vez mais mergulhado em uma realidade onde a humildade, virtude essencial do ministério cristão, se esconde atrás das luzes do palco e dos holofotes.
Enquanto o padre não se pronuncia sobre o caso da banda Sinal da Cruz, segue o silêncio constrangedor diante de mais uma situação em que sua figura pública parece engolir o espírito pastoral.
A Flechada do Cacique
por Breno Marx
Quando um padre sobe ao altar, espera-se que ele represente humildade, acolhimento e serviço. Mas Fábio de Melo parece cada vez mais perdido em um culto à própria imagem. Não bastava usar seu alcance para promover linchamentos morais em cafeterias — agora, silencia artistas do mesmo segmento em nome do “show principal”. Isso não é protagonismo espiritual, é vaidade clerical. Que tipo de evangelho estamos consumindo quando o púlpito se torna camarim e a batina vira escudo de estrelismo? A fé verdadeira não compete — ela compartilha. E quem impede outro de louvar, ainda que em nome do Senhor, precisa urgentemente rever sua vocação.
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