Ex-assistente de palco Juliana Oliveira acusa apresentador Otávio Mesquita de toques indevidos em cena; entenda o caso e as implicações jurídicas

A denúncia de assédio sexual contra Otávio Mesquita reacendeu uma discussão necessária sobre os limites do humor na TV brasileira. A ex-assistente de palco Juliana Oliveira acusou o apresentador do SBT de tocá-la sem consentimento durante uma cena no programa A Praça É Nossa. O caso, que viralizou nas redes sociais, levanta questões sobre assédio no ambiente de trabalho, a responsabilidade das emissoras e como a justiça brasileira enquadra essas condutas.
Neste artigo, analisaremos os detalhes da denúncia, o posicionamento de Otávio Mesquita, as leis que amparam vítimas de assédio e o impacto psicológico em mulheres que passam por situações semelhantes.
O que aconteceu? Juliana Oliveira relata assédio em programa ao vivo
No vídeo que circulou nas redes, é possível ver Otávio Mesquita descendo de uma corda em uma cena do programa, enquanto toca os seios e outras partes do corpo de Juliana sem autorização. Ela aparece claramente desconfortável, tentando se esquivar e alertando o apresentador, que segue com a “brincadeira”.
Juliana relatou que, na época, reclamou à produção do SBT, mas não obteve resposta. Anos depois, decidiu denunciar publicamente o ocorrido, afirmando que carregou o trauma em silêncio.
“Muitas mulheres se calam por medo de perder o emprego ou serem desacreditadas. Eu me senti humilhada na frente de todo o Brasil.” – Juliana Oliveira
Otávio Mesquita se defende: “Minha família estava na plateia”
Em resposta às acusações, Otávio Mesquita negou qualquer má intenção, alegando que sua esposa e filho estavam presentes na gravação e que jamais cometeria um ato criminoso. No entanto, as imagens falam por si: o toque não foi consentido, e o constrangimento de Juliana é evidente.
Especialistas em direito penal afirmam que, mesmo em um contexto de humor, atos libidinosos sem consentimento configuram crime.
Assédio sexual ou estupro? Entenda a diferença jurídica
A Lei 12.015/2009 alterou o Código Penal brasileiro, facilitando a caracterização de crimes sexuais. No caso de Juliana, dois artigos podem ser aplicados:
1. Artigo 213 (Estupro)
- Definição: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso.”
- Pena: 6 a 10 anos de prisão.
2. Artigo 215-A (Assédio Sexual)
- Definição: “Importunar alguém com intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual.”
- Pena: 1 a 5 anos de prisão.
No caso em questão, juristas afirmam que o termo “estupro” pode não se encaixar, mas o assédio sexual é uma possibilidade real, já que houve importunação de cunho sexual sem consentimento.
Por que muitas mulheres demoram a denunciar?
O caso de Juliana Oliveira não é isolado. Muitas vítimas de assédio no ambiente de trabalho hesitam em falar por:
✅ Medo de represálias (perder o emprego, sofrer retaliações).
✅ Cultura do descrédito (“ninguém vai acreditar em mim”).
✅ Trauma psicológico (vergonha, ansiedade, depressão).
“O silêncio não significa que nada aconteceu. Muitas vezes, é uma estratégia de sobrevivência.” – Psicóloga especialista em violência de gênero
O Impacto do Caso nas Redes Sociais e no Movimento #MeToo no Brasil
O caso de Juliana Oliveira contra Otávio Mesquita ganhou grande repercussão nas redes sociais, reacendendo o debate sobre assédio sexual na TV brasileira e fortalecendo o Movimento #MeToo no Brasil. Mulheres de todo o país compartilharam relatos semelhantes, usando hashtags como #EuAcreditoNela e #ChegaDeAssédio, evidenciando que situações como essa são mais comuns do que se imagina. Pesquisas indicam que 76% das mulheres já sofreram algum tipo de assédio no ambiente de trabalho, segundo dados do Instituto Patrícia Galvão. Essa mobilização digital não só pressiona por justiça, mas também empodera vítimas a quebrarem o silêncio, mostrando que a sociedade está cada vez menos tolerante com esse tipo de violência.
Enquanto o caso segue em investigação, a discussão pública já força emissoras e empregadores a revisarem seus protocolos de conduta, reforçando a necessidade de ambientes seguros e respeitosos para todos os profissionais.
SBT sob pressão: Emissora deveria ter agido?
Uma das críticas mais fortes ao caso é a omissão do SBT. Juliana afirma que reclamou na época, mas a emissora não tomou providências.
Se o fato tivesse sido apurado internamente, poderia ter evitado o constrangimento público e dado suporte à vítima.
Comparação com o caso Dani Calabresa
Alguns compararam a situação com a demissão de Dani Calabresa do SBT após uma piada considerada ofensiva. A diferença é que, no caso de Juliana, houve um ato físico não consentido, o que torna a situação ainda mais grave.
Conclusão: A TV brasileira precisa evoluir
O caso Otávio Mesquita vs. Juliana Oliveira é um alerta para:
🔴 Limites do humor: Brincadeiras não podem violar a dignidade alheia.
🔴 Responsabilidade das emissoras: Canais devem investigar denúncias internas.
🔴 Apoio às vítimas: Mulheres precisam de canais seguros para denunciar.
Enquanto a justiça avalia o caso, a discussão já rende frutos: mais mulheres estão se sentindo encorajadas a falar.
Assiste ao vídeo :
O SBT, até o momento, não se pronunciou oficialmente. O caso reacende o debate: até onde vai o entretenimento em nome da audiência? Deixe também a sua opinião sobre o caso.
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