O governo Lula critica os EUA por desrespeito aos direitos humanos, mas mantém presos sem julgamento no Brasil. Hipocrisia ou coerência?
Recentemente, o governo brasileiro anunciou que pedirá explicação aos Estados Unidos sobre o que chamou de “desrespeito aos direitos fundamentais” em relação à deportação de 88 migrantes brasileiros. Esses cidadãos, ao serem enviados de volta ao Brasil, foram algemados, o que gerou grande repercussão e protestos por parte do Itamaraty. O governo utilizou o argumento de que o ato foi desumano e afrontou os princípios dos direitos humanos.
No entanto, a postura do governo atual se torna contraditória quando analisamos o contexto nacional. Os mesmos que se posicionaram contra o tratamento de brasileiros no exterior mantêm, em suas prisões, muitos cidadãos brasileiros detidos em condições duvidosas após os eventos de 8 de janeiro, muitos deles sem julgamento adequado ou acesso à defesa plena. Isso demonstra uma hipocrisia gritante: criticar outros países enquanto não respeita os direitos de seus próprios cidadãos.
Leis que Funcionam Versus a Realidade Brasileira
Nos Estados Unidos, as deportações seguem normas claras, com procedimentos estabelecidos por uma legislação rigorosa que visa a segurança de todos os envolvidos. Apesar do desconforto que algumas podem causar, elas são usadas para garantir o cumprimento da lei. No Brasil, por outro lado, falta a mesma aplicação rigorosa de leis. Por aqui, a impunidade e a desordem ainda são preocupações constantes, o que muitas vezes transforma nosso país em uma “casa da mãe Joana”, como popularmente se diz.
O governo deveria focar na resolução de problemas internos, como a superlotação das cadeias, as condições precárias do sistema penitenciário e a falta de transparência em julgamentos. Antes de criticar a política migratória de outros países, seria prudente demonstrar comprometimento dos direitos humanos dentro de suas próprias fronteiras.
Flechada do Cacique
É fácil fazer discursos em fóruns internacionais ou emitir notas de repudio quando o problema ocorre fora do Brasil. No entanto, se quisermos ser levados a sério no cenário global, precisamos praticar internamente o que pregamos externamente. Os direitos humanos não podem ser um conceito seletivo, utilizados apenas quando convenientes para promover políticas narrativas.
Ao agir dessa forma, o governo não apenas demonstra incoerência, mas também enfraquece sua posição moral. Em vez de apontar o dedo para fora, seria mais proveitoso corrigir os erros dentro de casa e trabalhar por um Brasil mais justo, onde os direitos sejam garantidos para todos, independentemente do contexto.
Governozinho hipócritra !