Uma Noite em Veneza” reuniu maçons, autoridades e convidados no Palácio Rio Negro para captar recursos a projetos comunitários na zona Norte de Manaus.
Na noite de quarta-feira (19), o Centro Cultural Palácio Rio Negro, no coração de Manaus, foi transformado em um cenário de elegância e fraternidade com o baile beneficente “Uma Noite em Veneza”. O evento foi promovido pela Maçonaria do Amazonas, por meio das Lojas A.R.L.S. Cavaleiros da Pátria, sob a venerância do irmão Jean Paul, A.R.L.S. Caetano Félix do Nascimento, sob a venerância do irmão Paulo Stelio; A.R.L.S. Amazônia Brasileira, sob a venerância do irmão Sérgio Reis; e A.R.L.S. Grande Luz, sob a venerância do irmão Victor Noronha, que se empenharam conjuntamente para a realização do evento, cuja missão central foi arrecadar fundos para iniciativas sociais voltadas ao bairro Lago Azul, localizado na zona Norte da cidade.

O salão histórico do palácio ganhou uma ambientação típica de Veneza: máscaras refinadas, trajes de gala e decoração inspirada em salões europeus criaram uma atmosfera de conto de fadas. Ao mesmo tempo, a presença de apoiadores, amigos da maçonaria, representantes de diferentes lojas maçônicas, empresários, autoridades estaduais e municipais reforçou o caráter institucional e solidário da noite.
Arte, música e espetáculo encerram noite de gala
A trilha sonora do baile teve um destaque especial: a Banda da Polícia Militar do Amazonas, regida pelo maestro Moisés Rodrigues, apresentou versões exclusivas de clássicos nacionais e internacionais, adaptadas para o tema veneziano. Essa combinação entre a música institucional e a ambientação temática conferiu sofisticação e emoção ao evento.
Para coroar a festa, os organizadores promoveram uma queima de fogos nos jardins históricos do Palácio Rio Negro. O espetáculo pirotécnico, iluminando a noite sobre as árvores e a arquitetura centenária, simbolizou celebração, gratidão e o compromisso renovado da maçonaria com seus projetos de impacto social.
Fraternidade e filantropia: discursos de propósito
Durante o evento, Jean Paul, um dos organizadores, enfatizou que o verdadeiro sentido do encontro ia muito além do glamour: “O principal motivo desse evento é fraternizar, é o reencontro entre irmãos … ter motivos, perspectivas para a gente poder fazer filantropia … continuar fazendo o melhor que a maçonaria faz, que é filantropia e fazer o bem para a humanidade.”
Essa declaração revela uma faceta tradicional e estruturante da maçonaria: a união entre os membros não como um fim em si, mas como meio para promover ações concretas de solidariedade. O baile, portanto, não foi apenas festivo, mas estratégico — reunindo recursos e engajamento para fortalecer projetos sociais.
Impacto social no Lago Azul
O bairro Lago Azul — que será beneficiado pelos recursos levantados — foi escolhido por sua vulnerabilidade social. A Maçonaria do Amazonas pretende investir em programas de assistência social, educação comunitária, e apoio a crianças e idosos residentes na região. Essas iniciativas refletem um compromisso duradouro com a comunidade, visando transformar a realidade local através da filantropia maçônica.
Além disso, Jean Paul adiantou que há planos para uma festa de Natal no bairro, prevista para dezembro, com a chegada do Papai Noel e outros personagens natalinos. Esse tipo de ação não só promove alegria para as famílias, mas também aproxima a maçonaria da comunidade, gerando vínculos de confiança e afetividade.
A escolha simbólica do Palácio Rio Negro
O Palácio Rio Negro não foi escolhido por acaso. Esse edifício, hoje centro cultural, é um dos mais icônicos de Manaus. Construído em 1903 pelo comerciante da borracha Karl Waldemar Scholz, em estilo eclético, o palácio era originalmente sua residência particular.
Ao longo das décadas, o prédio foi adquirido pelo governo do Amazonas e, em 1997, transformado em Centro Cultural Palácio Rio Negro, abrindo suas portas para a cultura, memória e eventos sociais.
Realizar o baile ali reforçou simbolicamente a união entre tradição, cultura e filantropia: a maçonaria se posicionou em um espaço carregado de história para projetar um futuro solidário.
Maçonaria como agente social
Embora a Maçonaria seja muitas vezes lembrada por seus rituais e tradição discreta, sua atuação social é uma característica essencial no Amazonas e em muitas partes do mundo. Instituições maçônicas frequentemente promovem ações de caridade, apoio a comunidades vulneráveis, projetos educacionais e humanitários.
No caso do Amazonas, iniciativas como a festa de Natal no Lago Azul ou o baile beneficente são exemplos claros de como a fraternidade maçônica se traduz em impacto concreto e visível. É a prática da filantropia como parte da identidade maçônica, e não apenas como discurso ritualístico.
O valor simbólico do encontro
Além da arrecadação financeira, o evento serviu para reforçar laços dentro da maçonaria. A presença de representantes de diferentes lojas, aliados a figuras da sociedade e autoridades, fortaleceu redes de apoio mútuo. Jean Paul ressaltou que a noção de “estar juntos” é fundamental: da fraternidade interna pode surgir cooperação para causas maiores — e esse é exatamente o espírito do evento.
A queima de fogos no final da noite também teve um significado simbólico: não era apenas espetáculo, mas ponto de transição. Representou um momento de agradecimento, de renovação de compromissos e de inspiração para os próximos passos da maçonaria na filantropia local.
Perspectivas futuras e sustentabilidade
Com os recursos captados no baile, a Maçonaria do Amazonas poderá dar andamento a projetos já mapeados, potencializando sua presença social no Lago Azul. A festa de Natal mencionada por Jean Paul é apenas um dos primeiros passos; há espaço para resistência, aprendizado e continuidade.
Além disso, o evento em um local tão emblemático quanto o Palácio Rio Negro pode servir como vitrine para novas parcerias — com empresários, outras entidades filantrópicas, poder público — que vejam na maçonaria uma ponte para investimento social.
Também é provável que a repercussão desse tipo de encontro gere engajamento interno: mais irmãos maçônicos podem se engajar, novas lojas podem se inspirar a promover eventos similares, e a cultura de solidariedade pode se fortalecer institucionalmente.
Leia Mais
- História do Palácio Rio Negro: símbolo da Belle Époque em Manaus. Visite Manaus
- Informações sobre o Centro Cultural Palácio Rio Negro, tombado e preservado.
- Visite também: www.ocaciquenoticias.com.br
