Anvisa alerta sobre crescimento anormal de pelos em bebês expostos ao medicamento contra calvície
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta urgente sobre casos de síndrome do lobisomem em bebês expostos ao minoxidil, medicamento amplamente usado no tratamento da calvície. O fenômeno, tecnicamente chamado de hipertricose, causa crescimento excessivo de pelos em crianças que têm contato com adultos que aplicam o produto.
Nesta matéria, você vai descobrir:
✔ O que é a síndrome do lobisomem e como ela ocorre
✔ Os riscos do minoxidil para crianças e bebês
✔ As novas recomendações da Anvisa para usuários do medicamento
✔ Como o minoxidil age no corpo e por que ele pode causar esse efeito
Síndrome do Lobisomem Minoxidil: O Que É?
A síndrome do lobisomem é o nome popular dado à hipertricose, uma condição rara que provoca crescimento anormal de pelos em áreas do corpo onde não são comuns. Recentemente, a Anvisa e agências internacionais relataram casos em bebês e crianças expostos ao minoxidil, seja por contato direto com a pele de adultos que usam o produto ou até mesmo por via oral.

Casos Reportados
- Um estudo do Centro de Farmacovigilância de Navarra (Espanha) identificou 11 casos de bebês que desenvolveram hipertricose após contato com pais que usavam minoxidil em loção.
- Os sintomas desapareceram quando o uso do medicamento foi suspenso ou quando o contato com a criança foi evitado.
Por Que o Minoxidil Pode Causar Isso?
Originalmente desenvolvido para tratar hipertensão, o minoxidil tem como efeito colateral o estímulo ao crescimento de pelos. Quando usado topicamente (loção ou espuma), ele age nos folículos capilares, prolongando a fase de crescimento dos fios.
Como a Exposição em Crianças Acontece?
- Contato pele a pele: Bebês encostam no rosto ou couro cabeludo de adultos que aplicaram o produto.
- Exposição indireta: Resíduos do medicamento em travesseiros, roupas ou mãos não lavadas.
- Via oral: Crianças levam à boca superfícies contaminadas.
A Anvisa reforça:
“Lave as mãos após aplicar o minoxidil e evite que crianças toquem nas áreas tratadas.”
Novas Regras da Anvisa para o Minoxidil
Diante dos casos reportados, a Anvisa determinou que:
✅ As bulas devem incluir alertas sobre riscos para crianças
✅ Profissionais de saúde devem orientar pacientes com filhos pequenos
✅ Usuários devem monitorar possíveis efeitos em bebês
Minoxidil Funciona Contra Calvície?
Sim, mas com ressalvas:
✔ Eficácia: Ajuda a retardar a queda e estimular novos fios, mas não reverte totalmente a calvície.
✔ Uso contínuo: Se interrompido, o cabelo volta a cair no padrão anterior.
❌ Minoxidil oral: Não é aprovado pela Anvisa para calvície e tem mais efeitos colaterais.
Estudos Internacionais Recentes
Pesquisas globais têm ampliado o entendimento sobre os riscos do minoxidil para crianças:
- Um estudo publicado no Journal of the American Academy of Dermatology (2023) analisou 42 casos de hipertricose infantil ligados ao minoxidil em 10 países. Os sintomas incluíram crescimento de pelos no rosto (76%), costas (52%) e membros (34%).
- A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) revisou em 2024 os dados de segurança do minoxidil tópico e recomendou novas advertências nas embalagens.
Mecanismo de Ação em Crianças
Especialistas explicam por que bebês são mais vulneráveis:
- A pele infantil é 30-40% mais fina que a de adultos, facilitando a absorção de substâncias.
- O minoxidil pode ser transferido via leite materno se a mãe usar o produto oral (embora essa forma não seja aprovada para calvície no Brasil).
- Casos documentados mostram que mesmo pequenas quantidades (0,1 mL) podem desencadear efeitos em recém-nascidos.
Dados do Mercado Brasileiro
O minoxidil movimenta um mercado significativo:
- Segundo a IQVIA, o Brasil registrou venda de 4,2 milhões de unidades de minoxidil tópico em 2023.
- Os preços variam de R50aR50aR 300 dependendo da concentração (2% a 10%) e marca.
- A Anvisa monitora 23 registros ativos do medicamento no país.
Alternativas Seguras para Pais
Para quem não quer arriscar a exposição infantil:
- Aplicação noturna: Usar o produto antes de dormir e lavar o couro cabeludo pela manhã.
- Barreiras físicas: Usar bonés ou fronhas especiais após a aplicação.
- Opções naturais: Estudos preliminares sugerem que óleo de alecrim pode ter eficácia similar ao minoxidil 2% com menos efeitos colaterais.
Relatos de Casos no Brasil
Embora subnotificados, há registros nacionais:
- O Hospital das Clínicas de SP relatou 3 casos em 2024.
- Um bebê de 8 meses em Recife desenvolveu pelos nas bochechas após contato com o pai, que usava minoxidil 5%.
- A Sociedade Brasileira de Dermatologia está coletando dados para um estudo nacional.
Perguntas Frequentes
Q: O efeito é permanente?
R: Não. Em todos os casos relatados, os pelos extras desapareceram em 2-6 meses após o fim da exposição.
Q: Posso usar minoxidil se tiver filhos pequenos?
R: Sim, mas com precauções extras:
- Aplicar longe das crianças
- Lavar as mãos imediatamente após o uso
- Evitar beijar o bebê no rosto/couro cabeludo por 4h após aplicação
Q: Há diferença entre as formulações?
R: A versão em espuma parece ter menor risco de transferência que a loção, mas ambas requerem cuidados.
Perspectivas Futuras
A indústria farmacêutica está desenvolvendo:
- Formulações com “tecnologia de secagem rápida” para reduzir transferência
- Dispositivos de aplicação precisos que evitam respingos
- Novos princípios ativos com mecanismos diferentes do minoxidil
Onde Buscar Ajuda
Se notar crescimento anormal de pelos em crianças:
- Procure um dermatologista pediátrico
- Registre o caso no VigiMed (sistema de notificação da Anvisa)
- Entre em contato com o Disque-Intoxicação (0800-722-6001)
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