Caso expõe duplo padrão na Justiça: enquanto oposição sofre rigor, aliados do governo recebem tratamento privilegiado da Procuradoria-Geral da República.
PGR protege Janones em caso de rachadinha com confissão e recuo
O caso do deputado André Janones (Avante-MG) tornou-se o mais recente exemplo do duplo padrão na Justiça brasileira. Após confessar em áudio um esquema de rachadinha – crime em que servidores devolvem parte de seus salários ao parlamentar –, ele assinou um acordo de não persecução penal com a PGR (Procuradoria-Geral da República). Contudo, menos de uma semana depois, Janones negou publicamente sua própria confissão, descaracterizando o acordo.
Apesar disso, a PGR mantém silêncio, sem cancelar o acordo ou tomar qualquer medida contra o deputado. A omissão reforça suspeitas de proteção seletiva a aliados do governo, enquanto casos envolvendo oposição são tratados com rigor extremo.
O áudio da confissão e o teatro da retratação
Em gravação divulgada pela imprensa, Janones admite claramente o esquema de rachadinha em seu gabinete. O áudio foi suficiente para a PGR firmar o acordo, que tem como condição essencial a confissão do crime.
Porém, dias depois, o deputado mudou o discurso. Em um vídeo nas redes sociais, desmentiu sua própria confissão, alegando que foi “mal interpretado”. A contradição anula a validade jurídica do acordo, mas, até agora, nenhuma ação foi tomada pela Procuradoria.
Leia mais sobre o caso no O Cacique Notícias.
Deltan Dallagnol cobra PGR: “Isso é um insulto à Justiça”
O ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, reagiu imediatamente. Em ofício enviado à PGR, ele exigiu o cancelamento do acordo e a denúncia formal contra Janones.
“Se a confissão foi negada, o acordo não tem mais base legal. A PGR não pode fingir que nada aconteceu”, afirmou Dallagnol, classificando o caso como “afronta à Justiça”.
A cobrança de Dallagnol aumenta a pressão sobre a Procuradoria, que continua sem se manifestar.
PGR protege Janones enquanto oposição sofre perseguição
A seletividade da Justiça nunca foi tão evidente. Enquanto Janones escapa impune, parlamentares da oposição enfrentam processos rigorosos por acusações semelhantes.
O silêncio da PGR é conivente?
A Procuradoria-Geral, antes comandada por Augusto Aras e agora por Paulo Gonet, não se pronunciou sobre a quebra do acordo. A omissão alimenta desconfiança e levanta questões sobre interferência política.
Confira a análise: “Por que a PGR não age contra Janones?” – Jornal da Cidade Online.
Rachadinha é crime, e a sociedade exige Justiça
A rachadinha desvia dinheiro público e corrói a democracia. Se há provas e uma confissão inicial, o processo deve seguir seu curso – independentemente de partido.
A Justiça não pode ter lado
Proteger Janones é um perigoso precedente. A sociedade brasileira exige igualdade perante a lei. Enquanto a PGR protege Janones, a credibilidade da Justiça se esvai.