Um relatório recente do Fórum Econômico Mundial revela que cerca de 40% das habilidades exigidas atualmente no mercado de trabalho deverão passar por mudanças significativas nos próximos anos.

O estudo, desenvolvido em parceria com o núcleo de inovação, inteligência artificial e tecnologias digitais da Fundação Dom Cabral, destaca os empregos com maior potencial de crescimento e aqueles que poderão se tornar obsoletos, além de identificar as habilidades mais valorizadas no mercado até 2030.

Entre as áreas com maior perspectiva de crescimento estão os setores essenciais e de linha de frente, como cuidados, educação e construção. Ao mesmo tempo, avanços em inteligência artificial, robótica e energia renovável estão impulsionando a demanda por especialistas enquanto tornam dispensáveis funções como caixas, assistentes administrativos e designers gráficos.

O Futuro das Habilidades no Trabalho

O mercado de trabalho está mudando em um ritmo acelerado, impulsionado por inovações tecnológicas, transformações demográficas e pressões econômicas globais. “Tendências como a inteligência artificial generativa estão reformulando indústrias inteiras, criando tanto grandes oportunidades quanto desafios complexos”, explica Till Leopold, diretor de trabalho, salários e criação de empregos do Fórum Econômico Mundial.

De acordo com dados coletados em mais de mil empresas, a lacuna de habilidades já é um dos maiores desafios para 60% das organizações. O relatório aponta que, se a força de trabalho global fosse representada por 100 pessoas, 59 precisariam de requalificação ou desenvolvimento de novas competências até 2030. Contudo, 11 dessas pessoas provavelmente não terão acesso a essa formação, colocando em risco mais de 120 milhões de trabalhadores no médio prazo.

Nesse cenário, habilidades tecnológicas, como inteligência artificial, big data e cibersegurança, estarão em alta. Mas o profissional do futuro será aquele que alia competências técnicas (hard skills) com habilidades humanas (soft skills), como criatividade, resiliência e adaptabilidade.

A Inteligência Artificial e o Futuro dos Empregos

Embora a automação esteja eliminando algumas funções, o relatório prevê que 80% dos empregadores deverão investir na qualificação de seus colaboradores para o futuro. Metade das empresas deve transferir funcionários de setores em risco para outras áreas, enquanto 41% planejam reduzir a força de trabalho devido à automação.

A colaboração entre governos, líderes empresariais e trabalhadores será crucial para preparar a força de trabalho e mitigar os impactos do desemprego em diferentes regiões e setores. “É hora de empresas e governos unirem forças, investir em capacitação e construir uma força de trabalho global mais resiliente e inclusiva”, afirma Leopold.